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A imagem do criador

 

  Para melhor expressar a imagem do projeto estampei uma foto onde usava no falecido Orkut. Achei que seria propício para a ideia inicial. Editei com cores saturadas e pontilhei como pôster antigo. Como não sou músico, cantor nem uso o meu nome no projeto acredito que não devo trabalhar a minha imagem com fotos bonitinhas de final de semana, com falsos sorrisos e rosto limpo. Não estamos falando do Cícero Martins neste caso. Admiro quem trabalha com fotógrafos uma imagem clara de quem o DJ produtor é. Mas no meu pensamento, para este projeto não vai rolar. Então meio que tornei a imagem uma parte de estampa que traduz bem o que o próprio nome quer dizer.

 

Divulgação. Como fazê-la?

 

  Até então aquelas eram as melhores track’s que eu havia criado de forma aleatória. Uma vitória. Pensei no segundo passo. As imagens para cada música. Pesquisei bastante e cheguei a algumas. Editei e dei a cada uma cara, uma identidade. O pior estava por vir... Como divulgar? Como apresentar algo novo e inusitado para um público com conceitos e gostos musicais diversos? Resolvi começar pelos amigos de trabalho, pois lá eu era muito respeitado e tinha meio que um pessoal que me seguia e me ouvia nas decisões das tarefas recorrentes. Ah, mais tinha um impe cílio alarmante. Ninguém gostava de música eletrônica, ouviam sucessos de Dance Music que passavam nas rádios por que são ejetadas constantemente no seu ouvido e aquilo virava Hit sem mesmo você gostar do estilo. O marketing e publicidade juntos ao rádio forçam e te prendem a isso. Afinal aqui é o Brasil, a cultura musical é bem outra. Aí comprei 500 CDs virgens e gravei as track’s em áudio e mp3. Na empresa em que trabalhava tinha uma impressora de primeira linha, imagem perfeita a laser. Ah, não perdi tempo e comecei secretamente imprimir as capas para o suposto cd que eu havia criado. Mas e agora? Vender esses CDs a quem? Refleti e devido ao fato de eu ter baixados programas, loops etc. Não seria justo vender aquele material. Então inicialmente passei as primeiras cópias aos amigos do trabalho. E como seria algo aparentemente pirata resolvi passar em várias banquinhas de camelôs e deixar com eles para que eles fossem o meu outdoor. Muitos desconfiavam quando eu chegava geralmente com 10 CDs oferecendo de graça para que eles vendessem. Sim que eu não queria nada em troca, era deles e eles ganhariam com aquilo. Minha única recomendação; - se chegar alguém procurando por música eletrônica que os vendedores de rua oferecessem o meu CD primeiramente para assim chegar a um conhecimento das pessoas. Distribuí em todo o ABC paulista e alguns bairros de São Paulo.

  Bom, o fato é que nunca fui mais às bancas perguntar para os caras se aquilo havia sido vendido. Exceto uma próxima da minha residência. E constatei que dos 20 que eu deixei sobraram apenas 2. No entanto eu não tinha um respaldo, um feedback. Foi aí que comecei então a fazer uns vídeos para o Youtube. Percebi que muita gente fazia um vídeo somente com uma imagem emblemática. Fui por esse caminho. Mas, não obtive êxito. Afinal, ninguém me conhecia... Continuei levando CDs nas bancas pensando sempre se alguma pessoa comprasse talvez procurasse saber algo mais sobre o projeto na internet.

 

Segundo Ato. Criatividade a flor da pele.

 

  Mesmo sem foco nenhum do que eu iria criar como fazer, que direção tomar. O objetivo de transformar minhas ideias em músicas eram mais forte. Às cegas continuei meu caminho. As track’s foram surgindo e as dúvidas dos títulos ainda me atormentavam. E bem neste período eu estava lendo uma série de livros sobre Hacker’s, invasões criminosas, engenharia social etc. Aquilo me estimulava a descobrir inicialmente coisas novas relacionadas à minha falta de conhecimento sobre informática do tipo além da interface que nós vemos a nossa frente. Queria descobrir como era criada e se tudo era como Matrix. Então veio a luz.

  A cada capítulo que eu lia um novo nome me surgia aos olhos e me espancava apontando o nome para as faixas. Ah, mas como adaptar tal nome a determinados sons? Imaginei-me sendo assim as leituras criptografadas e até mesmo aquela tela preta do MS DOS. Mas eu precisava de mais argumentos para que cada uma tivesse algo a dizer. Um sentido. Enfim, rascunhei um Release que fosse transparente e impactante. Uma releitura para as faixas que necessitavam atenção. Mas antes o projeto precisaria ter uma cara dentro da cena. Uma personalidade. Ouvindo todas as faixas verifiquei uma miscelânea de ritmos que não sabia caracterizá-lo como um único rótulo. Então por seis meses ouvi outros sons dentro da E-Music.

  Realmente eu tinha muitos elementos de cada um estilo que eu gostava, sem contar as minhas influências em Metal. Intitulei como Industrial Electron Project. Pois refletia o que o K3RN3L explicitamente queria dizer. Industrial por que vem do metal, de bandas que sempre ouvi e admirei durante tantos anos e mais particularmente Fear Factory e Ministry. Já na E-Music, nos anos 90 ouvia muito Jungle e DNB. Mas o mais marcante mesmo na época foi o Prodigy. Mas também tem vários outros desde Dance Pop de rádios a Trance e Goa. Apesar de que nunca trilhei por este caminho, até mesmo por serem muito espetaculares os trabalhos de artistas desta vertente.

  Nascia LophtCrack. Com baterias quebradas de DNB que haviam me conquistado por completo com o resultado final, tanto na parte de agressividade como no ritmo envolvente. Por fim a cada título dei um parágrafo simbólico e ciberneticamente poético. Com as más influências da ideologia Punk, politizadas e protestantes como um grito de liberdade. Mas faltava ainda uma coisa para completar de vez o projeto K3RN3L. Sua marca, seu emblema. Por que música eletrônica Punk não é muito conceitual. Os meus amigos Punk’s dos anos 90 me matariam se eu exclamasse algo deste tipo em forma de E-Music. Pois, Punk Rock é guitarra, baixo e bateria e não sintetizadores. Carimbei o Industrial, uma nova geração que hoje já tem um nome bem diferente e comercial. Mas resolvi usá-lo de peito aberto.

  Outra necessidade ofuscou em 2013. Um símbolo. Um emblema que acompanhasse o logotipo. Mais uma fase a ser vencida. Novamente me vi com lápis e criatividade gradeando em busca de um resultado. Durante 30 dias, risquei, rasguei folhas e imaginei um símbolo que não surgia. Alguns até que ficaram satisfatórios, mas, já existiam em marcas de roupas renomadas. Mas eu não poderia usá-los, pois remeteria a estampa da determinada marca. Mudei meu foco. Ao invés do símbolo por que não criar primeiro uma ideologia para ele? Bingo!!!

  Pensei no que ele poderia dizer e significar para quem o visse. Pensei em transformação, mutação e reciclagem. Surgiu a ideia de espelho. O que ele reflete. Como reflete e por que reflete. Como ele se vê e entende ao se enfrentar. De que lado está e por que está. Confusão e certeza. Yin e Yang. Acabou que se tornando mais significativo e expressivo que o logotipo.

Símbolo K3RN3L – desde os layout’s as imagens editadas
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